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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Um deboche democrático e social

Esperei demais, já passou da hora,
adeus Jequitinhonha,
estou indo embora.
Nasci tatu e vou morrer cavando,
mas se aqui não me querem,
fico não senhor,
vou pra capital, cidade grande,
cavar minha vida num tal de metrô.
Adeus meus sete palmos deste chão,
Está tudo como o Diabo tinha programado.
Adeus Lei do Cão, estatuto enterrado,
adeus prefeito, adeus delegado,
vou dar meu voto numa chique zona,
ser saco de pancada em nobre povoado.
Arrenegado dessa divisão
(muito pão em pouca mão
e trabalhador sem fatia),
o patrão só dando ordens,
me julgando à revelia,
também virei ditador
e ordeno ao modo do impostor:
arruma a trouxa, Maria!
Se no outro 15 de novembro
carecerem de nossos votos,
eles que mandem dinheiro da passagem,
do sapato, roupa nova e coisa e tal.
A gente faz que perdeu o trem da viagem,
vota na zona de lá (perdão pela sacanagem)
e poupa o dinheiro para uma feira eleitoral

Autor: Gonzaga Medeiros

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