Olá! Seja bem-vindo. Hoje é
.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

10 anos pelo mundo

Na postagem anterior, comentei sobre a saída da minha cidade. Hoje discutirei um pouco sobre a continuação daquela história que se deu num dia como este, a chegada a Belo Horizonte. Depois de quase 12 horas pelas estradas de Minas Gerais o ônibus chega a BH e, então, dou meus primeiros passos sozinho pela aquela cidade.
O ônibus, naquela época, parava num ponto da Avenida Afonso Pena. Era uma amostra e tanto do quanto minha vida iria mudar. De uma cidade pacata e com pouca densidade populacional, me deparei com a avenida mais movimentada de Belo Horizonte. Era muita gente passado de um lado para o outro e eu feito bobo olhando aquele mar de gente seguindo seus destinos.
Bom, cheguei no ponto final da minha viagem, mas meu trajeto não terminava ali. Tinha que encontrar a casa da minha tia. Ia receber abrigo por lá e terminar o ensino médio para, quem sabe, ser aprovado num curso superior. Consegui com algumas informações chegar ao local que deveria pegar o ônibus coletivo para chegar lá, apesar de ter uma pequena confusão em compreender que o ponto de chegada era o mesmo de partida he! he!.
Depois de alguns minutos para pegar a condução, fui pedir assistência ao cobrador para me indicar qual seria o ponto de parada. Era muito embaraçoso fazer isso naquela época. Achava que pedir informação seria incomodar as pessoas. Tinha receio de comunicar com pessoas desconhecidas e durou bastante tempo para aprender a perder o embaraço. Mas fui gaguejando pedi informações e a viagem seguiu.
Parei no lugar certo, mas minha memória não estava boa o suficiente para saber o que fazer a partir dali (estive lá há três anos atrás e estava próximo a residência, mas não tinha ideia do que fazer para chegar). Liguei para minha tia e ela falou para pegar qualquer van naquele ponto e pedir para parar no hospital regional. Era o ponto de referência que eu precisava.
A primeira condução que passou eu parei ela e fiquei olhando se encontrava o hospital regional. Mas ela andava e andava e nada de eu ver o hospital. O motorista já ia percebendo que o trajeto ia acabando e eu estava lá meio inquieto sem saber o que fazer. Não me lembro direito se ele me perguntou onde eu queria descer ou se eu vi que ele já havia percebido que eu estava meio perdido e fui até ele perguntar se a van passava pelo hospital regional. Ele disse que não passava, fiquei sem saber o que fazer. Expliquei para ele a minha situação e, para minha surpresa, ao informar que estava chegando de Araçuaí, o motorista disse que também era de lá.
Depois de tamanha coincidência, fui contando minha história e ele também foi falando um pouco sobre a sua e foi me dando referências. Ambos tínhamos vínculos com o mesmo bairro da cidade e ele quebrou meu galho ao sair um pouco de sua trajetória para me deixar num caminho que era fácil chegar na casa da minha tia. Pediu como favor para mandar lembranças aos parentes dele que eu conhecia. Falei que ia fazer isso, mas não sei ao certo se fiz.
Parei no local indicado pelo meu conterrâneo e fui descendo o morro em direção à casa de minha tia. Começava então, num dia como este, há dez anos, toda a minha trajetória de ensino médio, faculdade, mestrado, doutorado, novos amigos, novas cidades, novos estados e, acima de tudo, uma vida cheia de oportunidades.

Nenhum comentário: