Minha mãe trouxe de Araçuaí,
no boi da canoa,
uma linda criança.
Descera nas águas claras
daquele rio,
onde o sol lumiava
as mãos e os remos dos canoeiros.
A água azul
tingia a pureza do meu pai
e nós, no lajedo, doidos para vê-la,
cada um primeiro que o outro.
Eu vi primeiro, gritávamos.
E a tarde mostrou seu nome,
nome de vida, nome de santa:
Maria Efigênia.
Depois, Fija, Efi e tia Fija.
Ficou menina caçula sorrindo branco
a luz clara dos seus olhos verdes.
E será sempre caçula
bebendo água na concha da mão
e brincando de guisado no fundo do quintal.
Será sempre Fija,
“sempre-viva”,
sempre o sempre
neste eterno em que a vida promete,
um dia, as asas da sombra.
Será,talvez, a última
a contar a nascente da mina dágua
na beira do barranco.
Será a última (quem sabe)
a contar o sabor de um colo.
Será minha mãe,
me ensinando como a outra mãe,
ensinando pra seu outro filho,
o labutar da vida.
Será mesmo a mama
dos manos unidos
naquele cordão enterrado,
cortado a tesoura,
a única sem parto de vovó Isaura
porque a última.
Será quando o tempo nos trouxer
“saudades”
Autor: José Machado de Mattos
no boi da canoa,
uma linda criança.
Descera nas águas claras
daquele rio,
onde o sol lumiava
as mãos e os remos dos canoeiros.
A água azul
tingia a pureza do meu pai
e nós, no lajedo, doidos para vê-la,
cada um primeiro que o outro.
Eu vi primeiro, gritávamos.
E a tarde mostrou seu nome,
nome de vida, nome de santa:
Maria Efigênia.
Depois, Fija, Efi e tia Fija.
Ficou menina caçula sorrindo branco
a luz clara dos seus olhos verdes.
E será sempre caçula
bebendo água na concha da mão
e brincando de guisado no fundo do quintal.
Será sempre Fija,
“sempre-viva”,
sempre o sempre
neste eterno em que a vida promete,
um dia, as asas da sombra.
Será,talvez, a última
a contar a nascente da mina dágua
na beira do barranco.
Será a última (quem sabe)
a contar o sabor de um colo.
Será minha mãe,
me ensinando como a outra mãe,
ensinando pra seu outro filho,
o labutar da vida.
Será mesmo a mama
dos manos unidos
naquele cordão enterrado,
cortado a tesoura,
a única sem parto de vovó Isaura
porque a última.
Será quando o tempo nos trouxer
“saudades”
Autor: José Machado de Mattos
Nenhum comentário:
Postar um comentário