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terça-feira, 8 de junho de 2010

Relatos da Festa de Lançamento do 28° Festivale

A festa de lançamento do 28° Festivale, ocorrida no último domingo foi maravilhosa. Espera uma festa muito boa, por já conhecer bastante a cultura do povo da minha região, mas confesso que fui maravilhosamente surpreendido. Cheguei um pouco atrasado para resolver alguns probleminhas básicos e cheguei por volta das 5 horas da tarde ao local. Tudo bem, sou do Vale e já contava com umas horinhas de atraso e cheguei praticamente na abertura oficial onde vi pessoas que até então só tinha ouvido falar ou consultado sua vida e obra pela internet como Gonzaga Medeiros, Tadeu Martins, entre outros. Para minha grata surpresa, eu conhecia uma das principais coordenadoras do projeto. Trata-se da Ângela, diretora executiva da FECAJE, amiga de minha mãe, da minha família e me ajudou muito no começo a estar estudando aqui em Belo Horizonte.

Dentro do Jequitibar eu pude respirar um pouco do que será o Festivale em Padre Paraíso e de quebra ficar conhecendo ao vivo figuras como Rubinho do Vale, Saulo Laranjeira, Gonzaga Medeiros, Tadeu Martins, Tadeu Franco e o já conhecido Frei Chico que confesso que quando morava em Araçuaí, não compreendia toda a sua importância para a região. Foi uma emoção incrível e a partir daí já valeu meu tempo abdicado em prol desse evento.

Para começar a parte musical, chegou um garoto novo que aparentava ser mais ao menos da minha idade e cantou uma música que eu acho que era dele para começar, cantou a tão idolatrada, música do nosso saudoso e eterno Verono, Jequitivale que levou o povo todo a cantar um verso da música que prefiro colocar no final. Por fim, nosso empolgado amigo deu uma palhinha rápida da música Jardim da Fantasia de Paulinho Pedra Azul, mais conhecida erradamente como Bem-te-vi.

A segunda atração foi um trio de meninos que estavam se lançando no evento e pelo que notei, tem o sangue artístico correndo pelas veias. Eles tinham um nome estranho que não me lembro, mas ainda bem que eles usaram este evento para trocar de nome e deixou para o público escolher. Eu não quis sugerir um nome, até porque nem estava inspirado para isto.

Logo depois pisou no palco nada menos do que Tadeu Franco com seu violão e belíssima voz cantando duas músicas. Não o conhecia e a imagem que eu tinha dele era de uma capa dum CD que eu tenho dele antes de eu sequer ter nascido. O que importa é que mesmo mais velhinho ele continua cantando muito bem.

O quarto cantor se eu não me engano foi o WalterDias, conterrâneo de Araçuaí. Ele começou falando da importância do Festivale e principalmente da implantação do projeto de lei PEC 150 que determina uma porcentagem mínima da receita do governo para investimentos em cultura. Ele foi o escolhido para compor e ser a voz da música tema do projeto. Ele falou da importância de um artista do Vale do Jequitinhonha ter sido o escolhido em vez de nomes consagrados como Milton Nascimento, Gilberto Gil, Caetano Veloso e outros. Bem, estou saindo do assunto e vou voltar com as músicas cantadas pelo nosso artista que cantou duas, uma que venceu o Festivale do ano passado e outra que foi 3° colocada em Araçuaí. O nome da música é Muro de Concreto e fiquei deslumbrado com a letra da música e acho uma pena que ela não tenha ganhado. Minha prima Amália já havia falado dessa canção dizendo que ela era muito bem feita e bonita, o que pude comprovar.

Depois daí fica um pouco mais difícil lembrar o nome e a sequência de vários artistas que passaram pelo palco. Podia ter anotado, feito uma grande esforço para decorar tudo, mas nada disso, fui com o intuito de me distrair e passarei aqui o principal que foi a emoção de fazer parte do evento.

Bom, partindo para os mais consagrados, vi Rubinho do Vale e o seu Trem da História animando a multidão com o apito do trem mais alegre de Minas Gerais. Rubinho do Vale tem muita história com o Festivale que como ele mesmo disse, foi sua porta de entrada para o mundo artístico. Ele ganhou na terceira e na quarta edição do evento e sempre quando pode, levanta a bandeira do evento e contribui através de algumas parcerias para a documentação e disseminação da cultura existente no Vale do Jequitinhonha.

Teve Frei Chico que mesmo com todos os seus anos revelar uma disposição imensa e tocar uma música que segundo ele, nunca havia cantado antes em público (apesar de que uma parte da música eu já conhecia) e comover o público presente. Frei Chico também merece um capítulo a parte porque foi por causa dele que nós temos muitas das músicas cantadas antigamente pelas lavadeiras do nosso Rio Araçuaí ser documentada e gravada por ele e os fantásticos corais de Araçuaí.

Foi uma surpresa boa para mim, poder ver o Saulo Laranjeira, natural de Pedra Azul, entrando e fazendo questão de participar da festa. Talvez seja o nome mais conhecido do Vale pela mídia e ele é mais um talento que participou do Festivale antigamente. Muitas pessoas nem devem saber que o Saulo também é cantor. Ele tem alguns CDs gravados e um em especial é fabuloso. Bem, ele começou cantando uma música que até então eu desconhecia e depois fez todos cantarem Arrumação e deixar sua marca registrada com uma linda mensagem durante a música.

Sou obrigado a fazer um resumão agora, até porque meu pobre cérebro não irá lembrar-se de tantos artistas detalhadamente. Voltando aos shows então, lembro-me de um jovem cantor de Minas Novas cantando uma música sua e mais uma vez Jequitivale que foi escrita por um conterrâneo dele, vi o nosso primeiro artista invadir o palco entre as apresentações cantar mais uma vez o nosso Jequitivale (o que não agradou muito o organizador), teve uma dupla que canta muito bem de Padre Paraíso, Wilson Dias, Lucinho Cruz, uma moça natural de Jordânia com uma bela voz, Carlos Farias tocando para o público nesta festa, Bilora e sua música fascinante e por último (até onde eu estava presente), Tau Brasil tocou um animado forró que pôs o público quase todo a dançar no meio do salão e se não me engano, outros artistas mais que podem estar escapando de minha memória neste momento que eu estou escrevendo.

No meio disto tudo teve tempo para reencontrar uma ex-colega do tempo do meu ensino primário (classificação que nem sei se existe mais). Ela estava muito diferente porque a vi muitas vezes e nem dei por conta e só ao me aproximar que pensei na possibilidade e até perguntei antes. Foi muito bom, conversamos e distinguir outra conterrânea que estava com ela, mas que não a conhecia muito no meu tempo lá no Calhau (como também é conhecida Araçuaí).

Indo para outro reencontro, como já tinha avistado Ângela, tentei me aproximar no início para cumprimentá-la só que tinha muita gente querendo falar com a presidente da FECAJE e deixei mais para o fim. Tinha que cumprimentar ela, foi uma das que mais teve disposição para me ajudar a mudar para Belo Horizonte e eu não podia passar batido. Numa meio que intromissão, consegui falar com ela disse como estava minha situação na faculdade, na vida, pedi informações sobre meu pessoal e pedi para ela enviar notícias de alguns que a um bom tempo que não vejo.

Aproveitei também e falei sobre minha monografia que indiretamente toca sobre a formação da região e ela falou que tinha um livro a respeito do meu tema escrito por ela (para minha surpresa) e se prontificou a me ajudar com o que pudesse. Aproveitei mais ainda e sabendo de sua posição, perguntei sobre alguns projetos culturais do Vale e pedi informações sobre como adquirir alguns.

O dia foi magnífico e pude perceber que vale a pena participar de eventos assim. Pessoas de boas e de bem, cultura fluindo solta no lugar, reencontros, conversas, cantoria e muita animação. Não posso esquecer-me da farofa de feijão andu com carne de sol e torresmo que comi. O prato estava delicioso e pude ficar bem satisfeito e forte para aguentar a maratona.

Isto tudo e muito mais apenas numa festa de lançamento foi gratificante demais para mim. O triste é pensar que no evento principal que vai ocorrer na última semana de Julho em Padre Paraíso, eu não vou poder estar presente. Terei que estudar firme para a ANPEC, mas fico na certeza que nosso povo está bem representado e quem de fora for participar vai ficar fascinado com que irá assistir e participar.

Por último o tal verso prometido da música Jequitivale que não sai da minha mente e foi cantada em coro por todos os presentes:

"Vale que vale cantar
Vale que vale viver
Vale do Jequitinhonha
Vale eu amo você"

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