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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Biblioteca 24 horas: Como seria a alocação eficiente?

Para quem não sabe, existe algumas bibliotecas que oferecem seus serviços 24 horas por dia, ou seja, estão abertas a qualquer hora do dia (no caso da que eu vou independe de ser domingo ou feriado).

Com o ritmo de estudos que estou precisando estabelecer, ter uma biblioteca que funcione nestes moldes, e principalmente perto de casa, ajuda consideravelmente a estudar. Não que eu estude 24 horas por dia, mas porque independentemente da hora que eu possa estudar, lá vai estar aberto para que eu possa ir e usufruir o espaço. 

Isto ajuda muito, pois já tive que parar de estudar por diversas vezes por ter dado a hora de encerrarem os serviços na minha faculdade. Alguns estudantes são extremamente "necessitados" dos serviços de uma biblioteca por não terem o ambiente e recursos necessários a um bom rendimento nos estudos em suas respectivas moradias. Os recursos necessários são os livros, computadores espaço, silêncio, etc., todos essensiais para um bom desempenho do estudante.

Pode ser meio pretensioso, mas penso que a oferta deste serviço poderia ser aumentada. No lugar onde eu fico sempre fica superlotado e há diversos improvisos do lado de fora da biblioteca, o que indica que há excesso de demanda para este serviço. Não sei bem como isto modificaria a estrutura de custos de uma faculdade, onde eu fico tem uma parcela enorme de estudantes que não são alunos da instituição e estão nitidamente pegando "carona" no serviço, como eu por exemplo.

Pela quantidade de pessoas que frequentam o espaço, este bem (na verdade serviço) de recurso comum (termo usado na Ciência Econômica para bens não excludentes, ou seja, não há como privar um indivíduo de seu uso - não há impedimentos ao uso de um biblioteca - e rival, ou seja, o uso do bem ou serviço pode eliminar a possibilidade de que alguém mais possa usá-lo - no caso a lotação) está sendo oferecido em quantidade  insuficiente pelo mercado e seria bom que houvesse mais instituições públicas ou privadas fornecendo este serviço.

No caso deste serviço, pelas suas características intrínsecas, a alocação privada deste recurso pode levar a um fornecimento ineficiente deste bem e há espaço aqui para o governo melhorar o resultado de mercado e aumentar o bem-estar dos geral, especialmente dos estudantes.

O caso clássico do uso de uma bem de recurso comum conhecido é a tragédia dos comuns, situação resolvida com a atribuições de direito de propriedade, ou seja, torná-lo privado ou como no caso das rodovias superlotadas na Inglaterra, cobrar pedágios nos horários de pico.

Penso que a situação de uma biblioteca não seria eficiente do ponto de vista do bem-estar a primeira alternativa. A solução deste problema nos primeiros moldes seria impedir a entrada dos "não alunos" nas instituições privadas e acharia um absurdo se fizessem isto numa pública. A segunda solução poderia até ser plausível, ou seja, cobrar ingresso nos horários onde a biblioteca fica lotado poderia melhorar o resultado de mercado.

Agora, pensando bem, não concordo muito com a segunda alternativa. No meu ponto de vista, o que há aqui é problema do lado da oferta. Penso que neste caso o governo poderia melhorar sim o resultado de mercado através de incentivos ao maior fornecimento deste serviço. Poderíamos fazer com que mais instituições fossem mais "tentadas" a oferecer este serviço reduzindo algum imposto (o que doeria no "bolso" dos agentes públicos) ou simplesmente dando uma nota maior nas famosas avaliações do MEC (Ministério da Educação) às instituições que oferecessem este serviço. Creio eu que seria um bom incentivo (duvido que ele exista). É importante também garantir que não vai haver um excesso de oferta do produto, até porque neste nosso país a demanda por estudos extra não é tão grande assim... 

Eu estou aproveitando bastante e fico pensando o tanto que minha vida acadêmica poderia ter sido facilitada se este serviço fosse oferecido a mais tempo no mesmo local e pela característica dos alunos da minha faculdade (pelo menos os de Economia), não seria nada mal ter este tipo de serviço...

O que importa é que estou usufruindo agora enquanto é tempo e espero que minha próxima instituição ofereça este serviço porque já sei que vou precisar bastante dele.

Leia a notícia.

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Infelizmente este serviço deixou de existir no local indicado (era a biblioteca da Izabela Hendrix). A última notícia que tive é que o serviço deixou de ser ofertado em Belo Horizonte =(

3 comentários:

armando disse...

vamos montar um centro de estudos 24h? sem livros, só com boas mesas, boas cadeiras e paz...

Daniel disse...

Caro Éverton,
Peço a você que ajude a divulgar esta demanda: http://www.causes.com/causes/624355-por-uma-biblioteca-24-horas-na-ufsc/about
Ela está sendo veiculada via Facebook, buscando uma biblioteca 24 horas na UFSC. Qualquer usuário do facebook pode juntar-se a ela, não precisando (claro) ser aluno da UFSC.
Também sou um mineiro perdido nas terras do sul. Fiz meu mestrado na UFRGS, em Porto Alegre, e agora estou fazendo meu doutorado em Florianópolis. (Me desculpe não ter feito esta apresentação antes, mas achei que se o comentário ia aparecer "cortado", era melhor aparecer o link da cause.)
É bom ver que temos justificativa econômica para nosso pedido =)
um abraço

Éverton disse...

Que bom que vocês estão tentando conquistar um espaço de estudo que funcione 24 horas por aí. Justificativa econômica há, mas desde que feita uma boa análise dos custos e benefícios envolvidos no projeto e que sejam favoráveis. Tem que criar um bom mecanismo para que isso funcione bem...
Abs e boa sorte na sua demanda